Trabalhadores do Samu cogitam paralisar as atividades por questões salariais e o não reconhecimento de categoria.
O movimento envolve condutores socorristas e técnicos de enfermagem.
No caso dos condutores, a cobrança é pelo reconhecimento da categoria como profissionais da saúde, além do pagamento regular de diárias e o depósito do FGTS, que, segundo alguns trabalhadores relataram ao portaldivera.com, está atrasado desde dezembro de 2024.
Já os técnicos de enfermagem, além das reivindicações referentes às diárias e FGTS, também querem o pagamento do piso salarial da categoria. Segundo apurou nossa reportagem, há trabalhadores com atraso no repasse do piso desde 2023.
Essa situação, segundo as fontes, estaria dificultando a contratação de novos técnicos para o Samu na região.
Os trabalhadores cobram do CIS-URG Oeste, que é o consórcio que administra os serviços do Samu em Pará de Minas e cidades do Centro-Oeste mineiro, assim como do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado de Minas Gerais (Sindsaúde-MG), uma solução aos problemas.
A categoria não descarta fazer uma paralisação se os atrasos continuarem e as demais reivindicações não forem atendidas.
Em resposta ao portaldivera.com, o CIS-URG informou que não há atraso de salários, mas admitiu pendências referentes ao piso e FGTS.
Sobre o piso de enfermagem, o consórcio disse que o Governo Federal repassa ao Estado o complemento para se chegar ao valor do piso. O Estado, por sua vez, repassa aos consórcios.
Segundo o CIS-URG, o atraso questionado pelos técnicos acontece entre estes entes.
Com relação ao FGTS, a entidade anunciou que municípios não estão fazendo o repasse desde dezembro. A previsão é que a situação seja normalizada em agosto. O consórcio destacou, ainda, que não há prejuízo ao colaborador, pois o depósito será feito com as devidas correções.
Sobre a possibilidade de greve dos trabalhadores, o CIS-URG disse que ainda não tem conhecimento de nenhum movimento e que está em contato com colaboradores e o sindicato da categoria.
Nossa reportagem tentou contato com o Sindsaúde, mas não teve retorno. Entretanto, segundo reportagem publicada pelo O Fator, o sindicato informou que, no caso da demanda dos condutores, uma alternativa que está sendo cobrada pela entidade é a retomada da tramitação do Projeto de Lei 3104/2020 na Câmara dos Deputados, que propõe a inclusão dos condutores socorristas no rol das profissões da saúde.