Um entregador de aplicativo foi atingido por jatos de água jogados por um morador enquanto realizava uma entrega em uma casa na rua São José da Varginha, no bairro Santos Dumont em Pará de Minas.
O caso ocorreu no último dia 2 de junho, por volta de 23h, após o motoboy Dennis, que pertenceu ao GEPM 37, buzinar repetidas vezes para avisar ao cliente que o pedido havia chegado. Segundo ele, a pessoa que havia feito o pedido não saiu de casa de imediato, o que levou o entregador a continuar buzinando por alguns minutos.
A situação teria incomodado um vizinho, que reagiu com xingamentos e, em seguida, pegou uma mangueira e jogou água no trabalhador.
O motoboy integra o GEPM 37, grupo de entregadores autônomos que atua na cidade com 83 motociclistas.
O caso repercutiu internamente entre os colegas de grupo, que compartilharam indignação diante da situação e realizaram uma ação na porta da casa do morador, buzinando e cobrando por explicações.
Fernando Pogobol, um dos fundadores do GEPM 37, conta que o vizinho saiu no portão, disse que estava tentando dormir e pediu que o motoboy parasse com as buzinas. Porém, o motoboy explicou a situação e disse que era o único meio de chamar o dono do pedido.
“Aí o rapaz já ameaçou ele e falou com ele: ‘se você não para de buzinar eu vou ter que tomar uma providências’, aí foi aonde o rapaz passou a mão na mangueira e já foi jogando água no entregador, foi onde veio infelizmente a molhar ele, a moto e o produto que ele estava entregando”, conta.
Fernando contou que situações como essa já aconteceram com ele e que muitas pessoas não respeitam a profissão e as formas que eles usam para contatar o cliente ao chegar com o pedido.
“Infelizmente nem todos veem o nosso trabalho com bons olhos, tanto na rua, até mesmo na hora que a gente chega, porque o único jeito da gente chamar atenção do cliente quando chega é buzinando, então muitos não gostam desse formato da buzina”, desabafa.
Fernando Pogobol - Foto: portaldivera.com
Ele ainda comenta que entende o incômodo da buzina para alguns moradores que chegam tarde do trabalho e precisam descansar, mas que em diversos momentos essa é a única forma de conseguir contato com o cliente.
Fernando conta que o grupo está desenvolvendo ações internas de conscientização com o trânsito, a fim de promover uma direção segura, visto que as forças de segurança da cidade estão intensificando a fiscalização e entraram em contato com o grupo para pedir a colaboração dos entregadores.
“Se não conscientizar vão acabar impedindo o trabalho que a gente já vem fazendo há bastante tempo na cidade”, afirma.