O alto número de imóveis fechados em Pará de Minas está comprometendo as ações de combate à dengue na cidade, segundo informou a Vigilância Ambiental – órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde.
Muitos moradores não têm permitido que os Agentes de Combate a Endemias façam visitas domiciliares, dificultando também o controle do mosquito Aedes aegypti.
Segundo o coordenador da Vigilância Ambiental, Douglas Duarte, os imóveis fechados dificultam o tratamento de focos de criação do mosquito, resultando em uma maior incidência de casos.
“A gente não consegue acessar os imóveis, não consegue eliminar os criadores, não consegue tratar os depósitos que necessitam de tratamento, que não possam ser eliminados de imediato, então a gente vê um impacto nos resultados, em números de casos e nas incidências, (…) porque uma casa, se ela tiver o foco, o mosquito pode afetar em torno de 300 metros no raio dessa residência”, afirma.
O especialista ainda reforça que a colaboração da população é fundamental para garantir o acesso às residências e evitar que imóveis vizinhos se tornem focos de proliferação do mosquito.
“Se a gente estiver trabalhando um imóvel, mas não consegue trabalhar os imóveis ao redor, isso vai impactar não só em casos, mas na proliferação cada vez maior de mosquitos e impactando a reprodução de outros insetos que possam se desenvolver nesses materiais que estão ali em desuso”
Dados levantados pela Vigilância Ambiental neste ano apontam que 35% das residências totais do município ficaram sem a visita do Agente de Endemias. Segundo Douglas, a margem segura de residências sem visita é de 5 a 10%.
Ele ainda alerta que o município já apresentou um caso de Dengue 4, que não é muito comum na região e que as ações de vigilância contribuem para evitar possíveis focos do mosquito.
Segundo o especialista, as ações de combate à dengue são realizadas de segunda a sábado e, muitas vezes, estendem-se para além das 18h, para atender os moradores que não estão em casa durante o horário comercial.
Quando não há ninguém na residência, é deixado um comunicado com orientações para que o morador agende uma nova visita, porém, segundo Douglas, os retornos estão sendo realizados com pouca frequência.
“É importante que eles entrem em contato com a gente, que esse bilhete que está sendo deixado nas residências, a gente tenha um retorno, que a gente está vendo que está sendo um retorno muito baixo, mas muito baixo mesmo, então a gente liga o alerta para essas questões, porque isso vai impactar muito nos resultados e na saúde da população”, reforça.
Em relação aos moradores que se recusam a receber os Agentes de Endemias, Douglas reforça que o controle dos focos é muito importante e que em caso de dúvidas, as pessoas podem procurar mais informações nas Unidades de Saúde ou na Vigilância.
“Se você também tem dúvidas vá até a sua Unidade de Saúde, ligue na Vigilância e procure saber quem é o agente da sua área, se você viu que é um agente diferente, porque a gente tem as questões das férias e das licenças, a gente às vezes precisa cobrir essa área com outro agente, então entre em contato com a gente, busque a informação, que a gente vai esclarecer se é um Agente de Endemias ou não”, reforça.
Os interessados em realizar os agendamentos de visitas em horários especiais podem entrar em contato pelo telefone 3231-7722 ou pelo Whatsapp 99121-0905.