Mais dois casos de gripe aviária são investigados em Minas Gerais.
As notificações suspeitas foram detectadas na Grande BH.
Um dos casos analisados envolve uma galinha doméstica em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Já a outra suspeita é uma pomba branca (ave silvestre) na capital mineira.
As informações constam painel de monitoramento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Minas Gerais já teve três casos confirmados de gripe aviária neste ano, detectados em aves de vida livre (dois gansos e um cisne) em Mateus Leme.
Diante dessa situação, o Estado decretou situação de emergência sanitária animal com o objetivo de realizar ações de prevenção, contenção e enfrentamento à doença, incluindo uma eventual mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros.
A Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapa) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) anunciaram ações para conter a propagação da gripe aviária no estado.
A diretora-geral do IMA, Luiza Castro, ressaltou que a chegada da notificação é um sinal de que o sistema de vigilância do Estado é eficiente
"Nosso trabalho está voltado para evitar que essa circulação viral não chegue às aves comerciais. Esse é o ponto no qual tomamos todas as nossas medidas de vigilância, mas isso já é a rotina do trabalho da defesa agropecuária: rastreio, vigilância e garantia de que a circulação viral não vai impactar na produção avícola do estado de Minas Gerais, o que temos muita segurança de que está funcionando plenamente", enfatizou.
Entre as iniciativas apresentadas estão medidas de biosseguridade das granjas comerciais, políticas de educação sanitária e vigilância nas propriedades classificadas como de risco, além de cadastro e vistoria em criatórios de subsistência e ações sanitárias em eventuais áreas de foco da doença.
"Estamos muito otimistas do ponto de vista de que a preservação da avicultura comercial será mantida, visto que Minas vem passando pelo momento da demanda mundial por proteína animal. Nos quatro primeiros meses do ano, tivemos um aumento de mais de 10% no volume de exportações de aves, quando chegamos a exportar 26 mil toneladas", ressaltou o secretário adjunto da Seapa, João Ricardo Albanez.
Todas as medidas que estão sendo tomadas pelo Governo de Minas fazem parte do Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, firmado entre União, estados e setor produtivo, ainda em 2022, quando surgiu o primeiro foco da doença na América do Sul.
Até o momento, não há qualquer comprometimento da produção avícola do estado.
A secretária adjunta de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Poliana Cardoso Lopes, esclareceu que a gripe aviária não é transmitida pelos alimentos, que precisam ser bem cozidos.
"Não há nenhum risco no consumo de ovos e carne de frango para a saúde humana. O contágio não acontece por meio do consumo, ele ocorre com base no contato direto com as aves infectadas. Então não é uma questão de saúde humana, estamos tranquilos em relação a isso", esclareceu.
A transmissão das aves para os humanos não é comum, mas pode ocorrer em pessoas expostas a uma grande carga viral ou que estejam com baixa imunidade.
"Com a utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPIs) não há risco para os trabalhadores (das granjas). Também alertamos que, na eventualidade de encontrar alguma ave morta pelo caminho, a pessoa não deve deve tocar nela, e é importante que colabore com o sistema de vigilância fazendo a notificação para o IMA e para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG)", pontuou Poliana Cardoso Lopes.