O Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais ganhará a primeira Rede de Medicina Fetal.
Prevista para entrar em funcionamento ainda em 2025, a iniciativa tem o objetivo de reforçar o cuidado com a saúde materno-infantil, oferecendo diagnósticos e tratamentos avançados para gestantes em todo o estado.
A rede vai possibilitar a detecção precoce de complicações durante a gestação, com foco especial nos casos que exigem intervenção intrauterina antes da 25ª semana. É a primeira vez que o SUS contará com uma estrutura dedicada exclusivamente à medicina fetal.
“Minas está mostrando que é possível inovar no SUS com responsabilidade e foco na vida. Com essa rede pioneira, colocamos o estado na vanguarda do cuidado materno-infantil e deixamos um legado para futuras gerações”, afirma o vice-governador Mateus Simões.
Coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a rede vai ampliar o acesso a consultas especializadas, exames de alta complexidade e cirurgias intrauterinas. O objetivo é garantir diagnósticos precoces, intervenções oportunas e mais qualidade de vida para mães e bebês.
Para o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, a criação da rede representa um avanço histórico. “É uma estrutura inédita no Brasil que vai beneficiar milhares de famílias mineiras. Estamos comprometidos com o cuidado integral à saúde das gestantes, parturientes, puérperas e crianças.”
A diretora de Gestão da Integralidade do Cuidado, Lírica Salluz Mattos Pereira, destaca o aspecto humano da proposta. “Vamos garantir acolhimento desde o primeiro momento, com acesso facilitado a exames, diagnósticos e cirurgias, sempre com um olhar humanizado para cada gestante.”
Desde 2024, a SES-MG implementou a Linha de Cuidado Materno-Infantil, um guia que orienta o atendimento desde o planejamento da gravidez até o primeiro ano de vida do bebê. A proposta assegura um acompanhamento contínuo e integral, reduzindo desigualdades e fortalecendo os indicadores de saúde.
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada, com pré-natal, exames e, quando necessário, encaminhamentos para serviços especializados. Após o parto, mãe e bebê continuam acompanhados por equipes de saúde com foco no desenvolvimento infantil e na saúde da puérpera.
“As equipes da Atenção Primária oferecem apoio desde o planejamento familiar até o crescimento saudável da criança, com ações como vacinação, puericultura e exames como o teste do pezinho”, explica Lírica.
Minas conta hoje com mais de 340 unidades que realizam partos humanizados. Destas, 144 fazem parte da Política Hospitalar Valora Minas, que destinará R$ 169 milhões em 2025 para fortalecer a rede materno-infantil.
Entre as ações para combater a mortalidade materna e infantil está o Projeto Aurora, que visa reduzir a Razão de Mortalidade Materna para 30 por 100 mil nascidos vivos e levar a Taxa de Mortalidade Infantil a menos de um dígito até 2027, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Outra iniciativa é a adesão à estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia (0MMxH), em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com capacitação de profissionais e oficinas técnicas em 27 instituições mineiras.
Já o programa Filhos de Minas, lançado em fevereiro de 2025, estimula o acompanhamento pré-natal entre gestantes beneficiárias do Bolsa Família. Ao realizarem ao menos cinco consultas até a 28ª semana ou sete durante a gestação, e manterem a vacinação em dia, elas recebem um kit de enxoval completo. Serão mais de 38 mil kits distribuídos neste ano, com investimento de R$ 12,5 milhões.