Nesta quarta-feira (2) é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
A data foi estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 2007, com o objetivo de promover o debate e a conscientização acerca das necessidades e dos direitos das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta o comportamento e as formas de interação social. O espectro é amplo, o que resulta em diferentes níveis de suporte e de características particulares.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1 em cada 100 crianças no mundo são diagnosticadas com TEA.
No Brasil, desde 2012, vigora a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, possibilitando a garantia de direitos e atenção às pessoas com autismo.
Já em Pará de Minas, instituições como a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), o CER (Centro Especializado em Reabilitação) e o Instituto Bem Viver oferecem atendimentos e suportes, tanto físicos quanto psicológicos, às pessoas com o transtorno, e também o acolhimento aos seus familiares.
“Eu acho importante que os serviços que atendem à criança com autismo também atendam à família, que acolham essa família nesse momento difícil, nesse momento de diagnóstico. Nós temos a escola como uma parceira nisso também. Muitas vezes os pais não conseguem observar aquele atraso no desenvolvimento e a escola que encaminha para a avaliação e para os atendimentos, o que ajuda muito no atendimento precoce, para que essa criança venha a se desenvolver o máximo que conseguir”, comenta Camila Gonçalves, terapeuta ocupacional do CER e também vereadora em Pará de Minas.
Segundo ela, os serviços na cidade precisam ser ampliados, uma vez que as filas de espera para as terapias oferecidas às crianças são extensas, podendo prejudicar o tratamento.
“O que eu vejo hoje em Pará de Minas é que esse serviço precisa ser ampliado. Infelizmente a fila de espera para terapias para essas crianças é muito grande, então faltam profissionais, faltam atendimentos. Apesar do trabalho maravilhoso realizado por essas instituições, esse serviço precisa ser ampliado para acolher todas essas crianças que têm essas demandas de atendimento”.
No último mês de março, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Pará de Minas passou a confeccionar a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, facilitando o acesso e atendimento prioritário em serviços públicos e privados, especialmente nas áreas da saúde, educação e assistência social.
“No CRAS, as carteirinhas já estão sendo confeccionadas para pessoas com autismo, mas a batalha continua. Nós estamos em cima da Secretaria de Educação em relação aos professores apoio, que têm uma relação direta com as crianças que têm autismo e precisam desse apoio nas escolas”, frisou Camila.
A terapeuta ainda reforça que a cidade apresenta outras medidas que contribuem para a causa, como a lei que proíbe a prática de fogos de artifício, em virtude das crianças que têm hipersensibilidade auditiva.
Ela ainda destaca que está desenvolvendo mais um projeto de lei que contribui para a inclusão das pessoas com autismo nas escolas e que em breve será protocolado pela Câmara Municipal.
Para mães e pais que buscam o atendimento para as crianças diagnosticadas com TEA, a terapeuta ocupacional indica como deve ser o processo.
“No caso da Associação Bem Viver, ela só acolhe pessoas com o diagnóstico de autismo. Quando a criança não tem o diagnóstico fechado, ela é encaminhada através da escola ou do posto de saúde para uma avaliação na saúde, e aí a saúde vai traçar a questão do fechamento do diagnóstico, encaminhamento ao psiquiatra, neuro e para as terapias, para que ela seja atendida. Hoje o maior serviço para a pessoa com o Transtorno do Espectro Autista em Pará de Minas é o CER”, informou.
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