“Não foi uma redução, foi uma readequação”, Secretaria de Saúde confirma desligamento de 7 médicos

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou o desligamento de médicos da atenção primária da rede pública municipal.

A informação foi dada ao portaldivera.com pela Referência Técnica da Atenção Primária, Mariana Viegas.

A medida gerou repercussão na cidade diante do protesto de pacientes e vereadores, que questionaram os motivos dos cortes e as consequências que isso poderia gerar na assistência à população.

Ao todo, foram sete profissionais desligados da rede, que trabalharam até o final de fevereiro. Com a redução, a Secretaria de Saúde passou a contar com 43 médicos na atenção primária dentro de 37 equipes de atenção básica. 

Mariana Viegas explicou que a medida foi tomada para enxugar despesas já que Pará de Minas estava com excesso de profissionais médicos na rede.

Ela informou que esse excesso começou em 2024 com a epidemia da dengue e a chegada de 11 profissionais do programa Mais Médicos.

No segundo semestre, a pasta recebeu uma recomendação da Secretaria Estadual de Saúde para não haver desligamentos diante da previsão de uma nova epidemia de dengue no final de 2024 e início de 2025, o que poderia impactar no aumento de atendimentos nas UBS’s e UPA. Mas esse cenário não se concretizou.

“Nesse processo, nós ficamos com médicos em excesso. Cada equipe (de atenção básica) que nós temos no Município, e hoje nós temos 37 equipes, cada uma delas vem financiamento do Governo Federal para equipe mínima, ou seja, um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e ACS (agente comunitário de saúde) nos casos das equipes de estratégia saúde da família”, disse Mariana.

“Não houve epidemia de dengue, nós estamos com custo alto devido ao excesso de médicos e nós tivemos que fazer um redimensionamento da rede para que nenhuma equipe ficasse descoberta”, informou a Referência Técnica.

“Não foi uma redução, foi uma readequação”, completou.

Critérios de desligamento

Segundo Mariana Viegas, no início do ano, alguns profissionais fizeram prova de residência e pediram o desligamento. 

Outros saíram da rede a partir de um conjunto de critérios avaliados pela Secretaria de Saúde, entre eles uma nova pontuação definida pelo Governo Federal.

“Recentemente, o Governo Federal lançou uma pontuação das equipes de atenção básica baseada no novo financiamento da atenção primária, que virá ainda neste ano. E de acordo com essa pontuação a gente teve um apoio pra ver aquele médico que estava se saindo melhor, que estava fazendo um bom acompanhamento”, destacou.

Falta de médicos? Vereadores fizeram denúncia

Na última reunião da Câmara, os vereadores Camila Mão Amiga e Cristiano Fernandes denunciaram falta de médicos em duas UBS’s: JK e Serra Verde.

Como membros da Comissão de Saúde da Câmara, eles informaram que, durante visitas nas unidades constataram que não havia médicos disponíveis no momento.

Segundo Mariana Viegas, todas as equipes possuem médicos, inclusive as que atendem nas comunidades rurais. “Hoje, não existe nenhuma equipe que está sem médico”, frisou.