Os contêineres utilizados na estrutura provisória da UBS Seringueiras serão desativados a partir de maio.
A informação foi confirmada ao portaldivera.com pelo secretário Municipal de Saúde, Gilberto Denoziro, que classificou a estrutura como uma “aberração”.
Os contêineres, que começaram a funcionar em 2023, foram uma alternativa encontrada pela secretaria na gestão passada para manter os atendimentos à população do Seringueiras, São Paulo e parte do Padre Libério após a interdição do prédio onde funcionava a UBS, na rua Nermival Ramos de Morais.
Segundo Gilberto Denoziro, diferentes fatores fizeram a secretaria tomar a decisão de desativar a estrutura e transferir os atendimentos. Entre esses motivos estão a insalubridade do espaço e o custo mensal da locação de R$ 21 mil.
“Várias fiscalizações que a Vigilância Sanitária fez ela considerou inadequada (a estrutura), e nós também consideramos inadequada. E como nós estamos terminando a terceirização da gestão das unidades básicas de saúde, esses contêineres vão ser devolvidos. Nós vamos voltar a administrar as unidades básicas de saúde", informou.
A classificação de inadequada citada pelo secretário diz respeito à falta de condições apropriadas para atendimento aos pacientes e de trabalho para os profissionais de saúde, além da limitação de espaço para ampliar a oferta de serviços aos usuários da UBS, como por exemplo, atendimentos odontológicos, que não são ofertados na unidade.
O contrato com as empresas terceirizadas vai até 30 de abril. Após essa data, a secretaria retomará a gestão das unidades básicas de saúde e, consequentemente, fará de desativação dos contêineres.
A Secretaria de Saúde estuda opções, mas já tem uma certeza. Parte dos pacientes será atendida na UBS Walter Martins.
Segundo Gilberto Denoziro, a ideia inicial é ter duas equipes para atender os moradores daquela região: uma ficará na UBS Walter Martins e outra no Seringueiras, a partir da locação de um novo espaço.
“Nós estamos procurando casas para alugar. Aquela região não é uma região de imóveis adequados, é uma região de imóveis mais simples, menores. Nós visitamos alguns imóveis, um eu considerei que a gente pode utilizar”, afirmou o secretário.
As tratativas em busca desse espaço provisório vão continuar nos próximos dias. Caso a secretaria não encontre nenhum imóvel considerado adequado, todo atendimento será levado para o Walter Martins.
“Realmente não é o ideal (transferir os pacientes), mas a gente entende que um contêiner totalmente insalubre, totalmente inadequado também não é o ideal”, frisou o secretário.
Quando os contêineres foram utilizados, a Secretaria de Saúde informou que eles seriam temporários, até que o problema envolvendo o imóvel da antiga UBS fosse solucionado. Dois anos depois, não há nenhuma previsão de quando isso acontecerá.
Na última semana, o morador do Seringueiras, Alisson Coelho de Faria, usou a tribuna da Câmara Municipal para demonstrar insatisfação com o impasse vivido pela comunidade.
Na sua fala, ele ressaltou que os moradores reconhecem que os contêineres não são a alternativa mais adequada, mas não querem a transferência para o Walter Martins.
“Está atendendo a gente, o suficiente, por enquanto. (...) No momento não dá para tirar os contêineres de lá enquanto não fizer um novo posto de saúde para nós. Ali (no bairro) não temos nenhuma casa que suporte a demanda que tem o posto de saúde”, disse o morador.
Em abril de 2024, a Secretaria de Saúde confirmou a liberação de quase R$ 2 milhões para a reforma da UBS Seringueiras. Os recursos seriam oriundos do Estado.
Porém, por problemas burocráticos envolvendo o projeto de engenharia, o dinheiro ainda não foi liberado e não há previsão de quando o impasse será resolvido.
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